O Comitê para a Coordenação de Atividades Estatísticas (CCSA) do sistema das Nações Unidas e organizações supranacionais divulgou um relatório que apresenta dados e estatísticas sobre como o COVID-19 está mudando o mundo hoje, desde flutuações econômicas e ambientais até mudanças na renda, educação, emprego, violência doméstica e muito mais.
Ele examina países, regiões e subpopulações vulneráveis. O relatório traz uma mensagem clara: O COVID-19 é uma crise sem precedentes, que afeta todos os aspectos de nossas vidas.
Toda sociedade é vulnerável a choques e adversidades, mas algumas sofrem muito mais e precisam de mais tempo para se recuperar.
Os países em um nível mais baixo de desenvolvimento humano enfrentam regularmente uma série de desafios que afetam sua vulnerabilidade, como alta desigualdade, altas taxas de pobreza e acesso limitado a redes de segurança pública.
Tais fatores estão incluídos nos painéis COVID-19 e Desenvolvimento humano: preparação e vulnerabilidade do HDRO.
Confira os principais pontos de mudança apontados no relatório: How COVID-19 is Changing The World: A Statistical Perspective
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Falta de comida
Em países em desenvolvimento, pessoas que perderam seus empregos e pararam de trabalhar podem não conseguir comprar comida suficiente por falta de uma rede de segurança alimentar.
Por outro lado, pessoas nos países desenvolvidos podem sofrer falta ou precariedade na oferta de alimentos, uma vez que a produção agrícola nesses países depende de cadeias globais de fornecimento que foram interrompidas por conta da pandemia.
Doenças infecciosas aumentarão
As pausas nos serviços de imunização resultarão em mais crianças morrendo. Além disso, quase três quartos da população da África subsaariana* carecem de instalações necessárias para lavar as mãos em casa, uma maneira fundamental de impedir a propagação do COVID-19 e de outras doenças.
Educação Precária
Em meados de fevereiro de 2020, 300 milhões de alunos foram afetados pelo fechamento de escolas e universidades em todo o país. Dois meses depois, esse número cresceu para quase 1,6 bilhão de estudantes em 192 países, representando 90% de todos os estudantes. Apenas um pequeno número de países não fechou nenhuma escola.
Elevação do desemprego
A OIT relata uma enorme queda na força de trabalho global nos países devido ao fechamento do comércio local. Em muitos casos, isso está levando as pessoas à pobreza.
O acesso às novas tecnologias se torna mais importante do que nunca
Muitas pessoas e famílias estão usando as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para minimizar as perturbações em suas vidas diárias, incluindo trabalhar e aprender em casa, fazer compras on-line e muito mais. Porém há uma grande desigualdade no acesso às tecnologias dentre os países. Por exemplo, a taxa média de assinatura da Internet de banda larga fixa é 20 vezes maior nos países da OCDE do que nos países menos desenvolvidos.
Viagem e comunicação estão mais difíceis
O fechamento de fronteiras, as proibições de viagens e as medidas de quarentena atingiram muito o setor de turismo, com um declínio previsto de 60% a 80% no turismo internacional para o ano. Existem grandes interrupções na cadeia global de suprimentos postais. Quase um em cada dois itens de correio internacional está perdido. Os tempos de desembaraço aduaneiro aumentaram 32 vezes.
Análise de dados com mais eficiência
Mais do que nunca, todos precisamos de informações de alta qualidade para avaliar riscos e tomar as melhores decisões para enfrentar esta crise.
O relatório se beneficiou de investimentos em capacidade estatística na última década. Infelizmente, as consequências econômicas e sociais do COVID-19 provavelmente afetarão a capacidade estatística em muitos cantos do mundo. Isso nos torna míopes.
A velocidade e o alcance dessa pandemia demonstram, mais do que nunca, que todos precisamos de informações de alta qualidade para entender o que está acontecendo, avaliar os riscos e tomar as melhores decisões para enfrentar essa crise.
Você pode conferir o relatório na íntegra (Clique aqui)
*A África subsariana ou subsaariana, antes impropriamente chamada África negra, corresponde à parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara. Chamada de subsaariana por estar ao sul do Saara.
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