Salvador, a capital da Bahia, é amplamente reconhecida como o coração da cultura afro-brasileira.
Fundada em 1549, a cidade preserva uma rica história ligada à resistência, espiritualidade e manifestações culturais africanas, fruto da forte presença negra na formação social da região.
Para além de suas belas praias e paisagens tropicais, Salvador oferece uma imersão na cultura afro-brasileira, visível em seus monumentos, festas religiosas, culinária e, sobretudo, em sua população que mantém vivas as tradições herdadas de seus ancestrais.
A seguir, destacam-se alguns dos principais pontos turísticos de origem afro-brasileira que convidam o visitante a conhecer e celebrar a história e a herança cultural afrodescendente.
1. Pelourinho
O Pelourinho é o bairro mais famoso de Salvador e considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO. Suas ruas de paralelepípedos e edifícios coloniais coloridos são cenários emblemáticos da cidade.
Historicamente, foi um local de comércio de escravizados, mas hoje representa um símbolo de resistência e revitalização cultural.
O Pelourinho é palco de diversas manifestações culturais de origem africana, incluindo apresentações de samba-reggae, como as organizadas pelo Olodum, além de abrigar escolas de percussão que disseminam a música e a dança afro-brasileiras.
2. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Localizada no Pelourinho, essa igreja do século XVIII foi construída por e para pessoas negras, em um período no qual elas não podiam frequentar as igrejas dos brancos.
É um importante ponto de referência na cidade para a prática do catolicismo afro-brasileiro, que se mescla a elementos das religiões de matriz africana.
A igreja é um símbolo de resistência religiosa e cultural, onde se celebram missas afro, com cânticos e tambores que remetem à espiritualidade africana.
3. Mercado Modelo
O Mercado Modelo é um ponto obrigatório para quem visita Salvador.
Embora seja hoje um local turístico que oferece uma vasta variedade de artesanato, roupas e produtos locais, ele carrega uma história intensa.
No subsolo do mercado, existiam antigas celas onde negros escravizados aguardavam para ser vendidos.
Além disso, o mercado oferece uma ampla variedade de produtos de origem africana, como instrumentos de percussão, contas de candomblé e acarajés, que revelam a fusão cultural afro-baiana.
4. Dique do Tororó e as Esculturas dos Orixás
O Dique do Tororó é um lago histórico onde foram instaladas esculturas gigantes dos orixás, divindades da religião candomblecista, criadas pelo artista Tati Moreno.
Cada escultura representa um orixá importante na religiosidade africana, como Iemanjá, Ogum e Oxóssi, e o local é considerado um espaço de devoção e respeito às religiões afro-brasileiras.
Este ponto turístico oferece uma experiência de contato direto com a espiritualidade e a força simbólica dos orixás, e é um dos poucos patrimônios naturais tombados na cidade.
5. Casa do Benin
A Casa do Benin é um centro cultural dedicado a preservar e divulgar a herança africana em Salvador, especialmente as influências da cultura do Benin, país africano de onde muitos escravizados foram trazidos ao Brasil.
O espaço promove exposições, eventos e cursos sobre a história e a cultura afro-brasileira, sendo um local de aprendizado e conexão com as raízes africanas.
Além disso, oferece ao visitante uma experiência educativa e cultural por meio de acervos que revelam a relação entre Salvador e o continente africano.
6. Ilê Aiyê
Fundado no bairro do Curuzu, no bairro periférico de Liberdade, o Ilê Aiyê é o primeiro bloco afro do Brasil e desempenha um papel central na valorização e promoção da cultura negra.
O Ilê Aiyê também possui uma escola que oferece formação educacional e artística para jovens, contribuindo para o fortalecimento da identidade negra e o combate ao racismo.
Durante o Carnaval, o bloco é uma das atrações mais aguardadas, e sua apresentação é um verdadeiro espetáculo de beleza e orgulho afro-brasileiro.
7. Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB)
O MUNCAB é um dos museus mais importantes para a preservação da cultura e história afro-brasileira no país.
Com um acervo que inclui peças de arte africana, objetos históricos e artefatos ligados às religiões afro-brasileiras, o museu proporciona ao visitante uma viagem pelas influências culturais africanas no Brasil.
É um espaço de grande valor educativo e cultural, com exposições que celebram a diversidade e a resistência da cultura negra.
8. Largo de São Francisco e Terreiro de Jesus
Esses locais são conhecidos pelos mercados de artesanato e pela presença marcante de baianas com seus trajes típicos, que vendem acarajé, abará e outras iguarias do candomblé.
Ao visitar essas áreas, é possível apreciar a força das tradições culinárias afro-brasileiras e entender a importância do papel das baianas de acarajé, que são, além de cozinheiras, guardiãs da cultura e das tradições religiosas.
9. Festa de Iemanjá no Rio Vermelho
No dia 2 de fevereiro, o bairro do Rio Vermelho se transforma para celebrar Iemanjá, orixá das águas e uma das divindades mais queridas do candomblé e da umbanda.
Essa festa, que atrai milhares de pessoas, é um espetáculo de devoção e gratidão, onde oferendas e flores são levadas ao mar.
A celebração é um dos maiores eventos afro-religiosos de Salvador e proporciona uma vivência rica em cultura e espiritualidade.
10. Elevador Lacerda e Vista da Baía de Todos-os-Santos
O Elevador Lacerda, além de ser um ponto turístico icônico, oferece uma vista privilegiada da Baía de Todos-os-Santos, que tem uma importância histórica para o tráfico de escravizados.
Ao observar a baía, o visitante pode refletir sobre o passado e o legado da população negra em Salvador, e sobre como a cidade foi moldada pela cultura afro-brasileira em todos os seus aspectos.
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